Veja como deu-se o processo de independência de um dos países mais influentes do continente Africano.
As origens históricas nacionais da independência de Cabo Verde podem ser localizadas no final do século XIX início do XX. Não foi um processo linear nem unânime, mas já neste período a independência foi acenada. Surgindo como uma hipótese de solução extrema para os problemas ou das reivindicações da elite crioula. Esta que reclamava devido o desleixo ou negligência da metrópole em relação ao que se passava em Cabo Verde.
Com o processo de formação nacional, muito cedo a máquina administrativa foi sendo assegurada pelos nascidos em Cabo Verde, ou que já tinham grande identificação com a colônia, com exceção aos cargos elevados como, governadores, chefes militares etc., ainda reservados aos representantes da soberania de Portugal. Esta suposta “auto-suficiência” administrativa estava associada à sua relativa escolarização e à existência de uma imprensa mais ou menos dinâmica introduzida por Portugal em Cabo Verde, acabaram por contribuir para o surgimento de uma elite intelectual e burocrática nestas ilhas. Ainda em grau menor, esta elite entrou no século XX a discutir cada vez mais a questão da independência, gerando um clima de atrito com os representantes da metrópole. Os leitores que acompanhavam a imprensa oficial entendiam que se devia lutar pela independência ou, pelo menos, por uma autonomia honrosa.
A metrópole denominava os indígenas como mandriões, desleixados, indolentes, bêbados etc. Um exemplo de reação a isso, Eugénio Tavares escreve em 1912: “O indígena de Cabo Verde é Ativo e Trabalhador”. Esta rivalidade arrasta-se até a independência de Cabo Verde.
Em 1956 Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, entre outros jovens patriotas da hoje Guiné-Bissau e Cabo Verde, fundaram o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) que surgiu no contexto do movimento libertador africano que ganhava força depois da Segunda Guerra Mundial. Onde formaram uma unidade popular para lutar contra o que chamavam de “deplorável política ultramarina portuguesa afirmando que as vítimas dessa política desejavam ver-se livres do domínio português”.
A 19 de Dezembro de 1974 foi assinado um acordo entre o PAIGC e Portugal, instaurando-se um governo de transição em Cabo Verde, Governo esse que preparou as eleições para uma Assembleia Nacional Popular. A 5 de Julho de 1975 proclamou-se a independência do país, considerado na altura após por muitos como um país inviável, devido às suas próprias fragilidades. Em 1991, o país conheceu uma viragem na vida política nacional, tendo realizado as primeiras eleições multipartidárias, instituindo uma democracia parlamentar.
Proclamação de independência de Cabo Verde - 5 de Julho de 1975
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